PESQUISADOR DEFENDE QUE TÍTULO DO POTIGUAR DE 1942, SUSPENSO PELA 2ª GUERRA, DEVERIA SER DADO AO ABC, O QUE MARCARIA A ÚNICA SEQUÊNCIA DE 11 TAÇAS ESTADUAIS
A 2ª Guerra Mundial passou longe da América do Sul. Uma cidade brasileira,
porém, viveu o conflito na calçada. Natal, base da Força Aérea dos Estados
Unidos, alterou sua rotina no período. Até o futebol, já uma paixão
nacional, ficou de lado. O Campeonato Potiguar de 1942 não acabou, sendo o
único do país interrompido pelas armas. Sete décadas depois, um pesquisador
defende que o título deveria ser dado a um dos clubes, o que alteraria um marco
do futebol brasileiro.
A guerra à distância não mudou tanto a vida dos brasileiros, apesar da
tensão do noticiário e do aumento de preço de produtos estrangeiros. Em Natal
foi bem diferente. Com o apoio do país a coalizão formada por Estados Unidos,
Reino Unido e União Soviética, a capital potiguar recebeu duas bases americanas,
a 18 km da sede, no então distrito de Parnamirim, hoje município.
Oficialmente, foi a guerra o motivo da suspensão do campeonato daquele ano.
Nas pesquisas de Marcos, radialista e autor do Blog do Trindade, foram encontradas outras
alegações. Como a destituição do presidente da federação estadual, Gentil
Ferreira de Souza, decidida pela Confederação Nacional de Desportos (CBD), e o
desejo de preservação do gramado do Juvenal Lamartine, pequeno estádio ainda
hoje existente, que receberia jogo pelo brasileiro de seleções.
Até aquele momento, três times estavam empatados com 4 pontos: ABC (com
saldo de 14 gols), Alecrim (3) e Santa Cruz (1). Gentil chegou a ser reconduzido
ao cargo, mas não conseguiu concluir o torneio, nem anunciou um campeão. Por
ironia, diversas outras edições do Potiguar tiveram um vencedor mesmo sem
o campeonato ter sido finalizado
Em 1928 e 1929, o ABC sagrou-se campeão tendo ocorrido apenas o 1º turno. Em
1949, o mesmo aconteceu com o América. Em 1936, o absurdo: o torneio acabou com
somente três partidas. Duas delas vencidas pelo ABC, declarado campeão. “A
edição de 1936 é muito menos aceitável que a situação de 1942, que deveria ter
um campeão apontado”, defende Marcos, nascido em Mossoró e torcedor do
Baraúnas.
Se o título fosse assegurado ao ABC sete décadas depois, isso alteraria uma
estatística histórica do futebol brasileiro. O time foi decacampeão de 1932 a
1941, igualando marca do América-MG alcançada em 1925. Com mais uma taça,
garantiria um recorde nacional. “Atesto o ABC campeão de 1942, e estou tornando
isso público pela primeira vez”, anuncia o pesquisador. Motivo de sobra para
muita polêmica no Clássico Rei.
FONTE - MARCOS TRINDADE E INTERNET
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